O coque de petroleo
por Eng.ª Marisa Almeida, Eng.º Artur Serrano e Eng.º Pedro Frade, da Unidade de Energia e Ambiente do Centra Tecnológico da Cerâmica e do Vidro
INTRODUÇÃO
As questões da qualidade, energia e ambiente assumem-se hoje como pilares da sustentabilidade e consequente competitividade do tecido industrial, não fugindo a regra a industria cerâmica. No que respeita a industria cerâmica, e particularmente ao subsector da cerâmica estrutural (fabrico de telhas, tijolos e abobadilhas), a questão energética assume uma importância primordial, já que e uma industria consumidora intensiva, utilizando a energia sob a forma primaria principalmente para os processos térmicos a alta temperatura dos materiais - cozedura. O tipo de combustível utilizado influencia não só o rendimento energético, mas também as emissões atmosféricas correspondentes. No subsector da cerâmica estrutural, a factura energética representa cerca de 17 a 30% dos custos da produção dependendo do tipo produto, segundo dados da CeramUnie (Federação Europeia da Industria Cerâmica) e do CTCV (Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro). Nos últimos tempos, tem sido polemica a reconversão energética de algumas empresas cerâmicas de produção de tijolos e abobadilhas, especialmente da Região Centro, para coque de petróleo, como resposta a uma diminuição de custos da sua factura energética. A referida polemica situa-se ao nível do mercado (concorrencial), legal e ambiental, e tem sido alvo de constantes interpelações pela comunicação social. Com este artigo pretende-se contribuir para a clarificação de algumas questões como a composição do coque de petróleo, as emissões tipicas da sua combustão e as melhores técnicas de depuração dos gases de combustão.
DEFINIÇÃO DO COQUE DE PETROLEO
O coque de petróleo ("petroleum coke" ou "petcoke") e um combustível fóssil sólido, derivado do petróleo, de cor negra e forma aproximadamente granular ou