O continente i
Durante o primeiro ano do ensino médio no Colégio Evangélico Alberto Torres é obrigatório à leitura do livro “O Continente I” de Érico Veríssimo, de inicio, para qualquer pessoa isso pode parecer um desafio, afinal, o livro é antigo, exigido nas melhores universidades do país e escrito por um dos gênios da literatura brasileira, somente seu número de páginas pode desanimar, mas mesmo para nós, alunos, o livro superou todas as expectativas.
Escrito em 1949, mistura fantasia e realidade contando ao longo da trilogia (O Retrato (1951) e O Arquipélago (1961)) a história do Rio Grande do Sul durante os anos de 1680, reduções jesuíticas, até 1945, fim do Estado Novo, a partir da vida fictícia das famílias Terra e Cambará.
Durante o capítulo denominado de “A Fonte”, acompanhando a história do jovem Pedro Missioneiro vemos alguns dilemas ocorridos durante a época missioneira, a Guerra Guaranítica, as oficinas indígenas, o papel dos padres jesuítas, assim como a força de Sepé Tiaraju.
Para quem possui pouco conhecimento sobre a história das reduções jesuíticas grande parte do capítulo pode parecer apenas ficção, no entanto, muitos dos fatos destacados realmente ocorreram, para melhor compreensão contaremos um pouco do que é retratado no livro e sua relação com a história do Rio Grande do Sul.
Em “A Fonte”, é retratada a história de Pedro Missioneiro, o popular personagem dos livros de Érico Veríssimo, cresceu nas reduções jesuíticas após sua mãe, uma índia provavelmente estuprada por algum bandeirante ter falecido no parto. Durante o período, fatos como este eram frequentes, muitas vezes os bandeirantes invadiam propriedades em busca de escravos e abusavam de mulheres e crianças, eram vistos como mercenários sem piedade, monstros.
Pedro era protegido de Padre Alonzo, um jesuíta que possuía o dever de catequizar e educar os índios quanto às práticas artísticas, como música e literatura, o que seria para a história real das missões, as oficinas.