O Construtivismo nas Relações Internacionais
O renascimento das nacionalidades, com apelo à afirmação das etnias e as tradições culturais e religiosas, criou um paradoxo frente a globalização, afinal, ao mesmo tempo em que interliga os interesses nacionais e diminui diferenças, predispondo - como destacam vários cientistas políticos - a uma ocidentalização ou aculturação da pluralidade dos valores, também reforça as temáticas da identidade e do nacionalismo.
Desta forma, estudar as relações entre Estados no mundo pós Guerra Fria, não resume –se apenas às relações de poder entre os Estados. Torna-se relevante expor os agentes de transformação da atual ordem, gerando discussões acerca das balizas ideológicas e das concepções de sociedades que inspiram os Estados, analisando o impacto da globalização no que tange a culturalidade, singularidade e diversidade étnica e religiosa para explicar o comportamento político das comunidades em que se integram e dos eventuais reflexos para a política internacional.
Diante dessas mudanças nas relações internacionais, desenvolveu-se durante a década de 1990 a teoria construtivista, que foi popularizada com o artigo "Anarchy is what Make of It", de Alexander Wendt e posteriormente com a publicação do livro de "Wendt, Social Theory