O Congresso Futurista Espeta Culo E Simulacro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO
PROF. PAULO ONETO
KENZO SOARES SETO DRE 109025317

O CONGRESSO FUTURISTA: ESPETÁCULO E SIMULACRO

1. APRESENTAÇÃO DO ENREDO
O Filme O Congresso Futurista narra a jornada de uma atriz em busca de seu filho através de uma sociedade onde a indústria cultural progressivamente toma o conjunto da experiência humana. A obra atravessa três momentos históricos diferentes de uma mesma sociedade, ao realizar saltos de dezenas de anos entre eles na narrativa.
No primeiro momento, equivalente ao de nossa sociedade atual, surge uma tecnologia que permite o registro em uma matriz digital do conjunto de expressões (rir, chorar, ficar triste, amar) de um indivíduo, ou seja, de todas as suas funções do corpo e na vida social. Se não se trata ainda de escanear a subjetividade de um indivíduo (seu inconsciente, ideias, etc), registra-se a expressão desta: sua performance, sua expressão sensível através do corpo, mediação da interioridade com o mundo. A partir desse molde digital fabrica-se um holograma do indivíduo, cuja performance embora reproduza em tudo a do escaneado é livremente programável por quem detém a matriz e o direito sobre ela.
Apropriada pela indústria cinematográfica, esta técnica é aplicada aos atores com os quais as companhias mantém vínculo. O estúdio Miramount propõe utilizá-la na decadente atriz Robbie, personagem principal do filme, outrora uma estrela juvenil de sucesso. Mas nos marcos da indústria, o estúdio não quer deter somente a matriz digital do ator, mas o monopólio sobre sua imagem total: a existência do ator não pode concorrer com a do personagem que é ele próprio. É a aposentadoria definitiva do artista para que sua imagem tornada autônoma a serviço da indústria continue sua carreira. Assinado o contrato, com a exceção de algumas clausulas que restringem a reprodução em obras pornográficas, os estúdios controlam a persona pública Robbie enquanto o ser