O conflito israel-palestino sob a ótica da segurança - percepções e ameaças
João Guimarães Rosenthal[1] Marcos Tocchetto Agostini[2]
1 INTRODUÇÃO
O conflito entre israelenses e palestinos, um dos mais antigos da história contemporânea, vem sendo a principal pauta de discussão sobre segurança no Oriente Médio e no mundo. Além disso, é um tema atual no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), onde se tem discutido a criação do Estado Palestino – ainda que este já seja reconhecido pela maioria dos governos dos Estados.
Esse conflito, que tomou forma logo após a criação do Estado judeu em 1948, ano em que a ONU (Organização das Nações Unidas) determinou a partilha da região entre árabes (Palestina: Faixa de Gaza e Cisjordânia) e israelenses (Israel), e uma zona internacional em volta de Jerusalém, tornou a região altamente insegura. Tal insegurança propiciou a criação de grupos extremistas pelo lado palestino e tornou a segurança militar uma questão primordial na agenda israelense.
Diante disso, o presente trabalho tem como finalidade a análise dos diversos temas que englobam a segurança na região, tais quais atores não estatais como o Hamas (Harakat al-Muqawama al-Islamiyya – um movimento fundamentalista islâmico palestino), a percepção de segurança em Israel, a segurança humana, a caracterização da guerra como de “terceiro tipo” ou “novas guerras” e o método de conflito utilizado entre ambas as partes.
Assim sendo, o problema a ser apresentado é o seguinte: como podemos alocar o existente conflito dentro na nova definição de guerra, com todas suas implicações e diferenciações em relação às Clausewitzianas (guerras tradicionais), e como o Estado de Israel e os palestinos percebem o conflito?
2 DESENVOLVIMENTO
As guerras do século XXI, caracterizadas por possuírem como envolvidos tanto Estados quanto atores não estatais, são próprias da nova conjuntura internacional.