O conflito do complexo industrial portuario de suape - pernambuco
IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF – Brasil __________________________________________________
Desenvolvimento e Meio Ambiente: O Conflito do Complexo Industrial-Portuário de Suape, Pernambuco
Clóvis Cavalcanti∗
Economista ecológico, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, professor da Universidade Federal de Pernambuco, Recife (PE). .
Resumo
Este trabalho tem como propósito caracterizar um caso do embate quase insolúvel entre as iniciativas de promoção do desenvolvimento econômico a todo custo e a destruição cega que, para alcançar o primeiro, se abate sobre o patrimônio natural. Trata-se de questionar hipóteses e práticas aceitas pela sociedade moderna, as quais, se a ecologia fosse levada realmente a sério como instrumento para o bem-estar duradouro da sociedade, estariam totalmente em perigo. A perspectiva nele adotada é a da economia ecológica: uma visão da atividade ou processo econômico na ótica da natureza. Com um raciocínio dessa ordem, é inevitável que grandes projetos tenham que ser examinados rigorosamente para avaliação de custos ambientais. Ora, como o meio ambiente significa uma externalidade no cálculo econômico, aqueles que empregam esse cálculo sentem-se tolhidos quando se levanta o tema das restrições ecológicas a respeito de grandes projetos – que, por ser grandes, possuem também significativos e inevitáveis impactos ambientais. O caso do Projeto de Suape, em Pernambuco, serve para evidenciar isso com toda a clareza quando lhe foram feitas sérias objeções. Isso se deu através da ação de um grupo de sete cientistas pernambucanos que lançaram um manifesto contestando o projeto do governo pernambucano em abril de 1975. O manifesto teve grande repercussão na sociedade, através da imprensa. Todavia, as tendências políticas da época ficaram todas do lado do projeto, que continuou seu caminho vitorioso até os dias de hoje.
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Esclarecimentos iniciais
Este trabalho tem como propósito caracterizar um