O conceito de Teologia na SACROSSANTUM CONCILIUM
Valdeci Gama
Talvez antes de tentar mostrar a definição do conceito de liturgia na Sacrossantum Concilium, caiba aqui uma breve síntese da idéia de como era as celebrações litúrgicas antes do Concílio Vaticano II.
O que o Concílio realizou com a Sacrossantum Concilium (SC) foi resultado de uma evolução, de todo um trabalho, movimentos que antecederam ao concílio. Antes da renovação litúrgica, antes do Concílio toda matéria era dada de uma maneira teórica a partir de definições dogmáticas. O caminho era a fé da Igreja consignada e a partir daí se falava o que os concílios definiram. A liturgia era apenas uma matéria destinada a ensinar e a aprender as rubricas da celebração litúrgica. A grande reviravolta que o Concílio provocou foi dizer que a liturgia não é um enfeite para os sacramentos, é algo muito mais profundo, se trata da forma como Deus se comunica. Não se trata de aprendermos coisas secundárias, não é a forma externa da celebração. É fundamental que tenhamos presente a grande descoberta que o Concilio expressou: a liturgia não é um enfeite dos sacramentos, mas o exercício da obra da redenção. No n.02 da SC fica claro que é pela liturgia que se exerce a obra da nossa redenção. A SC afirmando categoricamente que a liturgia é “fonte da qual emana toda a força da Igreja” e “cume para o qual tende toda a sua ação” . O Concílio Vaticano II, no âmbito geral, definiu “liturgia” como ação da Igreja, e no âmbito específico, recuperou uma visão global, que a considera no seu conjunto e não apenas no seu núcleo sacramental. Assim, a liturgia pôde ser definida como exercício do ministério sacerdotal de Cristo, o qual se presencializa e age na liturgia, através da Igreja que desempenha seu múnus de santificar. Na liturgia, a comunidade eclesial atualiza a Nova Aliança.
A liturgia enquanto ação da Igreja, corpo de Cristo, atualiza em símbolos a ação salvífica de Deus na história da humanidade. O Cristo, Verbo