O Clima e a Arquitetura Colonial Brasileira
Introdução
Este trabalho visa analisar e expor os aspectos e elementos arquitetônicos do período Colonial no Brasil, como também apresentar ao leitor alguns dos principais aspectos dos materiais utilizados nestas construções e as técnicas construtivas do período colonial. Falaremos também sobre o comportamento dos ventos dentro das edificações, mais especificamente, os sobrados coloniais, a influência do traçado e dimensionamentos das vias nas cidades coloniais na temperatura interna das casas.
O clima da época
De acordo com Roger Bastide, autor do livro “Alegres Trópicos: Primeiras impressões dos cronistas e viajantes sobre o tempo e o clima no Brasil Colônia”, ele mostra com detalhes o clima no período da colonização, baseado em cartas de Jesuítas, viajantes e escritores que acompanharam Pedro Álvares Cabral, sendo ele: Fernão Cardim, Gabriel Soares de Souza e outros.
Estes escritores contam com grande riqueza de detalhes e informações. Em suas cartas eles escrevem sobre o clima de algumas regiões da nova terra.
Rio de Janeiro: “O clima no Brasil geralmente he de bons, delicados e salutiferos ares, donde homens vivem até noventa, cento e mais annos; geralmente não tem frios, nem calores, ainda que no Rio de Janeiro até São Vicente(Figura 2) há frios e calores, mas não muito grandes. Os céus são muito puros e claros, principalmente à noite. O inverno começa em março e acaba em agosto, o verão começa em setembro e acaba em fevereiro”. (Cardim, 1978). Ele ainda fala que o clima no local é temperado, isto é, não faz muito calor e também não faz muito frio. O que Cardim considerava de clima temperado seria a ausência de inverno, e não de verões brandos. E ainda fez uma comparação com a sua pátria: “O inverno se parece com a primavera de Portugal: Tem uns dias formosíssimos tão aprazíveis e salutíferos que parece os corpos bebendo vida. (Cardim, 1978)
Vila de Piratininga (Atual São