O CINEMA E A ARTE - O experimentalismo da Vanguarda Francesa copy
O experimentalismo da Vanguarda Francesa por Esmir Filho e Caroline Leone *
INTRODUÇÃO
Após a Primeira Guerra Mundial, a intranqüilidade econômica, política e social fragmentou os pontos de vista tradicionais, possibilitando a formação de um terreno fértil no plano cinematográfico. O crítico e escritor Louis Delluc evidenciava na França o descontentamento com filmes comerciais, enquanto os artistas de vanguarda começavam a se interessar pela linguagem cinematográfica.
"Nos dez anos compreendidos entre 1921 e 1931, desenvolveu-se um movimento artístico independente na cinematografia. Este movimento denominou-se Avant-Garde... Este movimento de arte em filme foi paralelo a movimentos nas artes plásticas tais como o
Expressionismo, o Futurismo, o Cubismo e o Dadaísmo. Foi não comercial, não representacional, mas internacional". (Hans Richter in Art and Cinema, 1947).
O AVANT-GARDE
Pode-se dividir o Avant-Garde francês em três fases, segundo Jacques Brunius. As duas primeiras pouco contribuíram para o filme de arte pessoal, uma vez que constituíam-se principalmente de filmes de arte com tendência comercial. A terceira, "A Escola de Paris", por sua autenticidade, serve até hoje como paradigma para muitos dos cineastas, como o cineasta brasileiro Artur Omar.
A primeira fase foi centrada na figura do próprio Louis Delluc, que dirigiu três filmes dramáticos:
"Fièvre" (1922), "La Femme de Nulle Part" (1922) e "L´Inondation" (1924). Ele pretendia fazer um cinema intelectualizado e autônomo, inspirado na pintura impressionista; um cinema independente das outras artes. Suas críticas, mais do que seus filmes, favoreceram o desenvolvimento da pesquisa estética pelos cineastas do Avant-Garde.
Caracterizada por filmes narrativos de origem literária, a segunda fase utilizou truques de técnica, tais como superposição, foco suave e ângulos diferentes com a câmera. Filmes como
"La Souriante Madame Beudet" (1922), de Germaine Dulac , "Feu