O cidadão de papel

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Vivemos em uma época tão rica em tecnologia e tão pobre em ética. Estamos criando "super bebês" e "super crianças", nascidas na era digital, precoces no seu desenvolvimento, ávidas de novidades, ligadas a muitos estímulos ao mesmo tempo e também capazes de muitas ações simultaneamente. Nossos filhos têm seus cérebros formatados pelas ricas experiências que estão vivendo, pois o cérebro é uso dependente. Ou seja, é uso dependente no sentido de que as redes neuronais se formam em função das experiências de vida. Assim é vivendo a vida, é processando estímulos repetidamente que as cadeias neuronais vão se fixando. Isso em todas as idades.

Nesse sentido, eles são muito diferentes de seus pais e de seus avós e bisavós. Cumpre incluir esses últimos, pois a idade média de vida tende a aumentar e o convívio, entre quatro gerações, passa a ser algo freqüente. As diferenças na forma de viver a vida são progressivamente cada vez mais marcantes.
Entretanto, princípios, normas e regras de conduta sempre foram e continuarão a ser o que distingue a humanidade no ser humano e continuarão imprescindíveis para sempre. Ética e moral são adquiridas e não inatas, são próprias do homem que cria uma natureza moral sobre a sua natureza instintiva. Uma pessoa só é ética quando se orienta por princípios e convicções.
É função inalienável dos pais transmitirem uma conduta ética a seus filhos. Ética é uma matéria que faz parte do aprendizado de vida, no qual os pais devem ser os melhores professores.
Então, como se ensina ética? Ensina-se aquilo que se tem e aquilo que se é. O que vai ser transmitido para os filhos não é o que se origina de um discurso verbal, mas sim o que se é e como se age. Sabe-se que a criança é um perfeito sensor para captar o que se passa na mente dos pais.
A colocação dos limites adequados às atuações da criança é uma das formas importantes para se ensinar conduta ética. O "não" é um organizador fundamental da vida psíquica e necessário para que a criança se

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