O Ciclo do Contato
O contato é a origem do relacionamento e é por meio dele que as pessoas crescem e formam as suas identidades. É uma experiência entre o “eu” e o “não eu” e a interação com o “não eu” de uma maneira distinta do “eu”. Os terapeutas que usam a abordagem fenomenológica experenciam o paciente no seu diálogo, observando a sua fala e fazendo com que o paciente escute o que está dizendo e no desenvolvimento do suporte necessário para manter contato ou se afastar de algo. De acordo com Ribeiro (1997), contato pode ser definido de diversas maneiras dentro da fenomenologia. Para ele, o contato é função do campo, teoria, técnica e arte. O contato pode proporcionar a empatia do terapeuta, já que o aproxima da realidade e experiência do paciente. Ele também permite que o paciente acredite que pode sempre evoluir e encontrar seus recursos e respostas dentro de si. Para a Gestalt-terapia o contato pode ser definido de outras maneiras, pois se baseia nas relações da pessoa com o mundo e consigo mesmo. Ele também pode ser considerado como a matéria prima da relação terapêutica, como explicado anteriormente. É definido também como a maneira pela qual a vida se expressa e como o encontro que toda ação terapêutica e humana é baseada. É importante ressaltar também que o contato é o que torna as coisas existentes. Segundo o autor, tudo que não faz contato tende a agonizar e morrer. Seu mundo é a totalidade, pois tudo afeta a natureza das coisas, estando em uma relação. Porém, só é definido o contato quando um altera a natureza do outro. É por meio do contato que figura e fundo formam e destroem novas gestalten, renovando-se sempre. O contato é sempre um encontro entre a metafísica e o fenômeno. Sem contato nada pode ser criado. O ser então é divido em três dimensões: metafísico, que abrange a totalidade absoluta e tudo está incluso quando se trata da significação da existência;