O Cen Rio Germ Nico
Foi neste turvo mundo de oligarcas sibaritas, que os bárbaros germânicos penetram ao cruzar o Reno congelado no ultimo dia de 406.
Quando as legiões romanas haviam encontrado pela primeira vez as tribos germânicas ao tempo de Cesar, eram agricultores assentados, com uma economia predominantemente pastoril. Um modo de produção comunal primitivo prevalecia entre eles. A prosperidade privada da terra era desconhecida: a cada ano os lideres de uma tribo determinavam que parte do solo comum deveria ser cultivada e distribuíam porções dela aos clãs respectivos, que as lavrariam e se apropriariam dos campos coletivamente: as redistribuições periódicas evitavam grandes disparidades de riqueza entre os clãs e as famílias, embora os rebanhos fossem propriedade particular, que proporcionavam as fortunas dos guerreiros liderantes das tribos. O comércio de mercadorias de luxo através da fronteira rapidamente produziu uma crescente estratificação interna dentro das tribos germânicas: para comprar bens dos romanos, os lideres tribais vendiam o gado, ou faziam incursões sobre outras tribos, capturando escravos para exportar aos mercados romanos. Pela época de Tácito, a terra deixara de ser distribuídas pelos clãs e era distribuída diretamente aos indivíduos, ao passo que a freqüência das redistribuições diminuía. O cultivo ainda se deslocava muitas vezes, por entre terrenos florestais desocupados, de maneira que as tribos tinham uma fixação territorial muito grande: o sistema agrário encorajava as guerras sazonais e permitia as migrações em grande escala.
Os lideres de casa tribo haviam reunido em torno de si cortejos de guerreiros para grupos de ataque, o que rompia as unidades de parentesco dos clãs. Estes cortejos eram recrutados entre a nobreza, mantidos de participação na produção agrícola.
Lutas entre os guerreiros comuns e ambiciosos lideres nobres procurando usurpar um poder ditatorial dentro das tribos pela força de seus leais cortejos explodiam