O CASO LBA JORNALISMO INVESTIGATIVO POR EXCEL NCIA
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Jornalismo Investigativo e Banco de DadosO CASO LBA: JORNALISMO INVESTIGATIVO POR EXCELÊNCIA
1. Introdução
Em 1991, o repórter Mario Rosa do Jornal do Brasil denuncia um complexo caso de corrupção no governo do então presidente Fernando Collor. Além das repercussões para a figura pública de maior importância no cenário nacional e seus familiares, a reportagem entrou para a história do jornalismo investigativo brasileiro como um exemplo de perseverança, criatividade, apuração, dedicação e investigação, sobretudo pelo uso de ferramentas até então desconhecidas pelo público e pelos demais jornalistas.
O caso denunciado por Mário Rosa envolvia a família da então esposa do presidente. Durante o mandato de Fernando Collor, a primeira-dama Rosane Collor dirigia a Legião Brasileira de Assistência (LBA), antigo órgão assistencialista do governo federal. O jornalista descobriu que as verbas repassadas pelo poder público à LBA eram enviadas a entidades beneficentes de fachada e que os milhões de reais que deveriam ter beneficiado miseráveis no sertão alagoano, afetados pela seca e pobreza, foram desviados por empresas da família Malta (sobrenome de solteira de Rosane)
2. Desenvolvimento
As investigações de Mário Rosa, então com apenas 26 anos e trabalhando em Brasília, tiveram início em julho de 1991, quando escreve uma matéria sobre um orçamento secreto de US$ 65 milhões destinados à extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos, órgão de inteligência criado durante o governo Collor para suceder entidades estabelecidas durante o regime militar.
Embora a reportagem não tenha rendido grandes repercussões no cenário político nacional, esta primeira investigação de Rosa apresenta o jornalista ao Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), banco de dados criado pela Secretaria do Tesouro Nacional para “suprir o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e acompanhamento dos gastos públicos.” Trata-se de uma ferramenta que existe até hoje, mas à