O caso dos exploradores de cavernas
Novos deslizamentos de terra dificultaram o resgate, chegando a matar operários. Neste ínterim, os prisioneiros esgotaram as parcas provisões de que dispunham. Tinham consigo um rádio transistorizado, com o qual conseguiram contatar os engenheiros responsáveis pela operação resgate, os quais lhes comunicaram serem ainda necessários pelo menos dez dias para a desobstrução. Os prisioneiros descreveram, então, suas condições físicas aos médicos da comissão, os quais lhes informaram que teriam poucas possibilidades sobrevivência até o fim do tempo requerido para o resgate. Um dos prisioneiros, Whetmore, falando em nome do grupo, perguntou se poderiam sobreviver se sorteassem um deles para matar e comer. Embora a contragosto, a resposta do chefe da equipe médica foi afirmativa; o mesmo Whetmore pediu também pronunciamento moral sobre a questão, mas não houve quem se dispusesse emiti-lo. As comunicações por rádio cessaram. Dentro da caverna, conforme relato de quatro sobreviventes, ocorreu o seguinte: por sugestão do próprio Whetmore, todos acordam em sortear uma vítima num jogo de dados; entretanto, antes de lançarem a sorte, Whetmore quis desistir do acordo e esperar mais uma semana; outros acusaramo-no de violar o pacto, lançaram os dados e a sorte sobre o próprio Whetmore, que foi morto e comido pelos companheiros. Isto aconteceu no vigésimo terceiro dia do cativeiro, e a libertação deu-se no trigésimo segundo.
Os quatro sobreviventes foram levados a júri por homicídio. O porta-voz dos jurados (um advogado) pediu que o veredicto fosse excepcionalmente expedido pelo juiz, o qual declarou culpados os réus, condenando-os à forca, conforme previa a lei do país. Terminado o júri,