O Caso do Colégio Estadual Coronel Pilar
O Caso do Colégio Estadual Coronel Pilar
Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
A escola é um lugar de diferenças. E diferença não é sinônimo de deficiência.
Eliana Pereira de Menezes
Estamos construindo uma cultura da aceitação das diferenças, da aceitação real e concreta, onde se ensina e se aprende com as diferenças.
José Clóvis de Azevedo
Introdução
O Colégio Estadual Coronel Pilar tornou-se referência em educação inclusiva no município de
Santa Maria, Rio Grande do Sul. Sua primeira experiência de inclusão remonta ao ano de 1993, quando recebeu seu primeiro aluno cego em uma classe de ensino regular. Contexto histórico, portanto, em que sequer o arcabouço jurídico nacional e internacional relacionado à inclusão estava bem deliberado, disseminado ou consolidado.
Foi uma escola que reconheceu a importância social e aceitou o desafio pedagógico de ter salas de aula mais plurais quando tais práticas ainda eram absolutamente incipientes e experimentais na educação brasileira. Liderada por seu diretor da época, professor Paulo, a escola enfrentou a resistência e a desconfiança de uma cultura educacional que via como natural a separação de estudantes com deficiência daqueles que se dirigiam ao ensino regular. A mudança, claro, não foi da noite para o dia.
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Conrado Hübner Mendes é Professor-Doutor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Este caso é produto de uma série de entrevistas realizadas no Colégio Estadual Coronel Pilar, no Departamento de Educação Especial da
Universidade Federal de Santa Maria e na Secretaria de Educação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Agradecemos a disponibilidade e a atenção de todos os entrevistados.
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