O caso da Psicopedagogia
Odair Sass
Psicólogo, doutor em Psicologia Social.
O texto discute primeiramente as seguintes considerações a cerca do tema:
As distinções entre ciência e profissão tais quais ainda são praticadas no país;
A educação como campo de conhecimento científico e as disciplinas conexas a ele, especialmente a psicologia, para daí;
Indicar que questões psicopedagógicas, próprias da esfera educacional, devem ser distinguidas da reivindicação de regulamentar a psicopedagogia como profissão.
O surgimento da pedagogia como ciência da educação advém do final do século XVIII e início do XIX. Através das matérias da Filosofia denominada de Ética e a psicologia, a educação criou sua base teórica fincado na formação do sujeito.
Os fatores objetivos e subjetivos da educação a psicologia privilegia os últimos; perspectiva que, de um lado, está de acordo com o seu objeto, ou seja, o indivíduo, e, de outro, põe-se em desacordo com ele, na medida em que atribui exclusivamente ao indivíduo seus impedimentos, fracassos, desempenhos e realizações. Daí, sob a óptica da teoria crítica, a psicologia padecer da contradição, insolúvel na sociedade burguesa, de defesa do indivíduo e também de responsabilizá-lo solenemente por suas ações. Essa contradição revela-se na idéia de que a Psicologia procura culpados para o fracasso escolar e a escola busca apoio dos profissionais.
Tal modo de agir é um dos traços mais marcantes da intervenção da psicologia no campo educacional e em sua relação com a pedagogia.
A psicopedagogia tal qual emerge no Brasil a partir dos anos de 1980, como "solução nova", com o objetivo de prestar serviços especializados para resolver as mazelas do fracasso escolar e os problemas de aprendizagem dos alunos, é uma reposição parcial, fortemente psicologista e "clinicalista", de um conjunto de proposições teóricas e modos institucionais de tratamento dos problemas escolares.
Dessa forma os