O Capote
O Capote – Nicolai Gogol
São Paulo
2011
O Capote
A obra O capote de Nicolai Gogol retrata a história de um personagem chamado Akaki Akakiévitch que trabalha em um ministério publico, e que é vítima do preconceito, do poderio e da burocracia do Estado. Logo de início houve um impasse para a decisão de seu nome. Este que recebemos ao nascer e que caracteriza a identidade do sujeito, o sentido de sua existência e o reconhecimento de seus direitos como um cidadão pertencente à determinada sociedade, foi dado ao personagem como se fosse um ato qualquer.
Ao longo de sua vida, Akaki era um homem que não saia da rotina e não costumava se relacionar com as pessoas a sua volta. Nada conseguia o tirar de suas tarefas, e é ao longo desta narrativa, que Gogol conta a triste história deste pobre personagem. A grande habilidade do autor em nos fazer mergulhar na história de Akaki, nos dá a capacidade de imaginar e sentir ao mesmo tempo todos os acontecimentos da vida deste homem, que são construídos por ele através da retórica imagética permitindo assim que criemos em nosso imaginário as cenas descritas com perfeição.
Ao longo do texto através deste recurso que provoca a imaginação do leitor, nós presenciamos diversos fatos que nos causam distintas sensações com relação ao personagem, dentre elas podemos destacar: “Logo, havia num certo ministério um funcionário. Tal funcionário não saía do costumeiro: pequeno, raquítico, ruivo, tinha a vista curta, a testa calva, rugas ao longo das bochechas e uma destas peles com uma tonalidade que chamaríamos de horroidosa.” Esta citação gera a idéia de um individuo indefinido, sem nenhuma relevância para a sociedade ao qual ele está inserido, como se sua presença não significasse absolutamente nada para nenhuma das outras pessoas, despertando em nós o sentimento de desprezo pela