O capital
Marx define sua dupla realidade, a unidade valor de uso e valor de troca, como formas de expressão de uma unidade mais profunda: o trabalho no seu ‘duplo caráter’, ‘trabalho concreto’ (que se manifesta no valor de uso) e ‘trabalho abstrato’ (que se manifesta no valor de troca). O trabalho produtor de mercadorias é trabalho concreto, que produz valores de uso específicos, como roupas, alimentos, livros, e assim por diante. Por outro lado, quando os bens e serviços são produzidos enquanto mercadorias existem uma relação de equivalência entre eles, que permite sua troca (especificamente, sua troca por dinheiro). A relação de equivalência entre as mercadorias demonstra que o trabalho produtor de mercadorias é, também, trabalho abstrato.
Em economias mercantis, onde a maioria dos bens e serviços são mercadorias, o dinheiro cumpre dois papéis essenciais. Primeiro, ele simplifica o enorme número de relações de troca bilaterais entre as mercadorias. Na prática, apenas o valor de troca das mercadorias em termos de moeda (seu preço) precisa ser conhecido, e ele estabelece as relações de equivalência entre todas as mercadorias. Segundo, as trocas mercantis normalmente são indiretas, dando-se através de trocas por moeda (compras e vendas).
Marx formulou a ideia do fetichismo da mercadoria para explicar