O capeta e a viola
- UTILIZAÇÃO DE CITAÇÕES –
O CAPETA E A VIOLA
JOSÉ ÂNGELO ROGÉRIO GUERREIRO
Prof. Diósnio M. Neto
2010
O CAPETA NO UNIVERSO DA VIOLA
Dentro da tradição da música de viola encontramos muitos misticismos a cerca do violeiro. Esse tocador de viola, que atrai para si certa magia por tocar bem o instrumento, muitas vezes é considerado pactuário com o “outro lado”. Inúmeros violeiros e estudiosos do instrumento acreditam nesse universo fantástico da viola como parte do imaginário do violeiro:
“Curiosamente, o violeiro atrai para si uma aura de diferenciação, de misticismo, pois tocar viola com destreza é sempre visto como algo que salta aos olhos das pessoas e suscita curiosidades. E a habilidade no tocar é muitas vezes associada ao resultado de algum pacto. Assim, este violeiro mantém um trânsito do profano para o sagrado e vice-versa como nenhuma outra pessoa da comunidade consegue. Ele toca nas festas da igreja e faz o pacto com o tinhoso para tocar melhor e nem por isso é rechaçado do meio onde vive. (...) leigos ansiosos por aprender os segredos do instrumento começaram a recorrer a simpatias que viessem suprir a falta de um mestre para iniciá-los no aprendizado do instrumento. Simpatias estas que são feitas com cobras peçonhentas, simpatias feitas em um cemitério numa sexta-feira santa ou ainda simpatias feitas com aquele que é tido como o maior de todos os violeiros: o diabo”1. VILELA (2008-2009: p.10 -11).
A origem de todo este misticismo ninguém é capaz de dizer. Alguns pesquisadores afirmam que a tradição da viola em Portugal já era permeada por causos e crenças a respeito. O violeiro Bráz da Viola em entrevista para o documentário
Violeiros do Brasil tem a seguinte opinião sobre o assunto:
“Tem um negócio que é meio esquisito, na viola, que eu não vou saber explicar, e que inclusive vocês poderiam ir perguntando pra todo violeiro e quem sabe alguém tenha a resposta. Que é um negócio que
pega