O cangaço
FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS
CURSO DE HISTORIA
o cangaço.
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Manifestação artística regional representando duas personagens importantes do cangaço.
O cangaço é um movimento caracterizado por Nilton Freixinho, como uma formação de milícias armadas que exercem a justiça privada[1] e ocorridas na região do sertão nordestino de forma nomádica[2]. A região tida como Sertão Nordestino é aquela que compreende toda a faixa da região nordeste brasileira ao oeste do litoral. Foi sendo ocupada desde o século XVI e XVII por populações expulsas das terras do litoral pela expansão da produção açucareira. Instalou-se ali principalmente a pecuária de subsistência[3], mas também a pecuária de intercâmbio com o litoral, que ocorria através do principal corredor entre o sertão e o litoral: o Rio São Francisco (ver fig. 1,2,3). Pelo fato do sertão ser uma região menosprezada economicamente e as populações ali encontradas possuírem um perfil nomádico, pouco ou nada se fez por parte da Metrópole portuguesa[4] inicialmente, e do Império e da República brasileira posteriormente, para o estabelecimento de instituições ordenadoras que assegurassem um poder centralizador que trouxesse unidade de leis e costumes, à qual aquela região estaria subordinada. Assim, a população estabelecida no sertão nordestino não tinha como referência os padrões sociais, econômicos e jurídicos contemplados pela população do litoral. Em outras palavras, não existiam, da maneira como conhecemos, os representantes da vontade de um governo central no sertão, como polícia, juízes, etc. Quando mais, haviam postos policiais e câmaras municipais isolados e impotentes que representavam a mera impressão do controle do Estado nestas regiões. Nem mesmo a autoridade da igreja católica estava presente nas manifestações cristãs deste grupo, para corrigir eventuais desvios de condutas de paróquias locais relativos à sua doutrina. No sertão nordestino,