O candomblé é um culto religioso africano que se espalhou para alguns pa ses do mundo
Foi trazido ao Brasil pelos escravos nagôs (iorubas) a partir do século XVI, mas também era praticado por escravos vindos de outras regiões da África, com semelhanças e diferenças culturais. Os rituais de candomblé consistem no que se acredita serem encarnações de espíritos de deuses e são acompanhados de cânticos, de tambores, de oferendas e do sacrifício de certos animais.
A palavra candomblé serve para identificar a religião mas também para denominar as próprias cerimônias, com cânticos e danças, e o lugar onde tudo isso acontece.
No Brasil, ele sofreu algumas modificações, originando o candomblé afro-brasileiro. Há rituais sudaneses-jeje, rituais nagôs e bantos, além de outros que incorporam guerreiros indígenas brasileiros e entidades caboclas.
O candomblé é praticado em locais chamados “terreiros” e, durante o ritual, os orixás (deuses que representam elementos da natureza) são incorporados por certos praticantes (pais de santo e mães de santo).
Há um deus supremo, Olorum, e mais de cem orixás. Os catorze orixás principais do candomblé são: Oxalá, Xangô, Ogum, Oxóssi, Omolu, Exu, Iemanjá, Iansã, Oxum, Anamburucu (Nanamburucu, Nanã, Onanã), Oxumaré, Locô, Ifá e os gêmeos Ibeji (ou Beji).
História
A história do candomblé no Brasil se mistura com a da escravidão. Vindos da África, os escravos eram proibidos de cultuar seus deuses, os orixás. Eram obrigados a adorar o deus cristão. Então, escondidos nas senzalas é que eles praticavam os rituais de suareligião africana.
Para disfarçar o culto, os escravos passaram a associar seus deuses aos santos docatolicismo. Assim, por exemplo Xangô, que é o deus das tempestades, dos raios e dos trovões, era identificado com São Jerônimo ou com Santa Bárbara. Ogum, o deus das lutas e guerras, era identificado com Santo Antônio, São Jorge, São Roque, São Paulo ou São João, conforme o lugar.