O candomblé da Bahia de Roger Batide

Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Disciplina: Pensamento Antropológico Clássico Brasileiro
Professor: Fernando Firmo
Aluno: David Demaio Neto

Resenha sobre o livro O candomblé da Bahia

Se para Nina Rodrigues o negro era incapaz de integrar-se na civilização ocidental, em contrapartida, para Roger Bastide o candomblé da Bahia representava o oposto, uma filosofia do universo e uma concepção do homem. Ao apresentar O candomblé da Bahia, Roger Bastide revela as sobrevivências religiosas ao longo de todo litoral atlântico enfatizando principalmente a Bahia como referência do legado religioso afro-brasileiro. Segundo o autor, as nações pela qual pertence o candomblé podem ser distinguidas pelo modo de cantar, tocar e vestir-se, tornando assim peculiar cada nação. A crise de possessão é o aspecto mais peculiar da religião, neste sentido nota-se que este momento constitui apenas uma pequena parte que a religião africana revela. A possessão, assim como o ritual privado e a cerimonia pública descreve um modo de representações coletivas que o negro recriou para se sentir mais africano na Bahia. Desta maneira Roger Bastide apresenta o Candomblé da Bahia em ricos detalhes observando todas as minúcias que envolvem a religião.
Dentre as minúcias descritas por Roger Bastide está a cerimônia central do candomblé que é o sacrifício do animal aos deuses. Nesta abordagem Roger Bastide apresenta com detalhes o sacrifício do animal e por qual motivo este animal é objeto do ritual. A oferenda consiste no animal já sacrificado e a apreciação dos deuses em relação ao sangue e as partes vitais do animal. Neste sentido, o autor evidencia a maneira como as mulheres negras descendentes de africanas mantem ao longo do tempo a comida religiosa africana na Bahia. Outra representação coletiva da religião é mostrada pelo ritual do padê de Exu, este ritual é tratado pela religião de maneira extremamente importante, pois Exu deve ser o primeiro orixá