O Canal do Panamá
Com o sucesso da construção do Canal de Suez, ligando o Mar Mediterrâneo ao Golfo de Suez, era a vez de facilitar a vida dos ianques que tinham de viajar até as gélidas águas do Estreito de Magalhães no extremo sul da América para viajar da costa leste à costa oeste numa travessia arriscada, cara e longa: eram mais de 15 mil quilômetros a percorrer.
Entretanto, como tudo na vida americana, a construção do Canal tinha motivos um pouco menos altruístas que simplesmente facilitar a navegação inter oceânica. OPanamá, na época uma província Colombiana, poderia ser uma boa base estratégica para o tio Sam.
Depois de conseguir a permissão dos britânicos, que eram donos de inúmeras possessões no Caribe, anulando o tratado de Clayton-Bulwer segundo o qual ambos se comprometiam a não iniciar a construção sem o consentimento mútuo, Ferdinand de Lesseps, engenheiro francês, dá início às obras em 1879. Infelizmente, para ele. De início, a obra foi um desastre levando-o à falência dez anos depois.
Era então chegada à hora dos americanos interferirem.
Convicto de que a construção do canal seria algo importante para os americanos, Theodore Rosevelt, presidente dos EUA de 1901 a 1909, ofereceu 40 milhões de dólares ao engenheiro que trabalhara com Lesseps e que havia fundado a Compagnie Nouvelle Du Canal de Panama encarregada de vender o espólio da falida empresa de Ferdinand, pelo direito de continuar a construção.
Mas, mesmo depois de ter conseguido, através dos tratados Hay-Paucefote, que a Inglaterra abrisse mão de ser sócia na construção do canal e ainda permitisse que os EUA construíssem uma base militar na região, os americanos ainda tinham uma pedra pelo caminho: a Colômbia queria mais dinheiro pela companhia francesa.
Foi então que, em outubro de 1903, os funcionários da Panama Railroad Company deflagraram um pseudo movimento separatista com