o caderno rosa
Ademir Amaral
Grupo de Estudos em Radioproteção e Radioecologia (GERAR)
Departamento de Energia Nuclear, Universidade Federal de Pernambuco,
Av. Prof. Luiz Freire, 1000, CEP: 50740-540, Recife, PE. amaral@ufpe.br O crescente número de aplicações das radiações ionizantes (RIs) em biologia, farmácia e medicina, implica na necessidade do controle dos procedimentos envolvidos, objetivando minimizar os possíveis riscos associados a essas aplicações.
No que tange a monitoração individual, o uso de dosímetros compatíveis com as condições e tipos de exposição (i.e, filme dosimétrico, dosímetros termoluminescentes) é preconizado pelas normas de radioproteção, buscando garantir níveis de dose tão baixos quanto razoavelmente exeqüíveis (princípio ALARA).
No Brasil, as Normas em Segurança e Medicina do Trabalho estabelecem o hemograma completo, com contagem de plaquetas, como parâmetro biológico de referência, utilizado como exame admissional e periódico de atividades envolvendo exposição ocupacional às RIs. Todavia, este tipo de exame é pouco eficaz em termos de monitoração individual, sobretudo em avaliações retrospectivas, devido ao processo de recuperação da medula óssea. Com isso, a necessidade de métodos específicos, sensíveis e confiáveis, tornou-se evidente e de fundamental importância em investigações envolvendo exposição ocupacional. Por outro lado, a dosimetria biológica (biodosimetria) consiste na análise quantitativa de parâmetros biológicos radioinduzidos. O método de referência em biodosimetria para estimar a dose absorvida é a dosimetria citogenética, que quantifica a freqüência de aberrações cromossômicas encontradas em linfócitos de amostras do sangue periférico de indivíduos irradiados. A relação entre o número dessas aberrações e a dose absorvida é obtida utilizando-se curvas de dose/efeito. Com isso, a