O cabeleira - livro
Cabeleira, nessa época, tinha vinte e dois anos. Seus comparsas vão armados de facas, bacamartes e pistolas em direção à vila de Recife. Mais experiente, Teodósio é o primeiro a entrar no lugarejo, marcando a ingazeira da ponte, como local de encontro. A vila era pouco desenvolvida, por isso os esparsos moradores trancam-se cedo em suas casas, temendo roubos e assassinatos tão comuns na região.
Pai e filho chegam ao bairro da Boa Vista ao anoitecer. Como não sabiam que os habitantes, por ordem do governador, deviam colocar luminárias em suas casas, festejando a abolição dos jesuítas, ficam alarmados, pensando que serão descobertos. Mas logo se encontram com Teodósio, que rema uma canoa. Era 1º de dezembro de 1773. O povo festejava, passeando pela ponte iluminada de Recife, quando um deles reconhece o Cabeleira e se põe a gritar. A multidão começa a se dispersar desordenadamente, gritando, atropelando- se.
Os dois malfeitores apanham suas facas, o Cabeleira grita que chegou e vem acompanhado do pai que, sem pestanejar, dá com o facão sobre a cabeça de um passante, espirrando sangue no rosto do matador. O filho não entende porque o pai fez aquilo, mas o degenerado e infeliz lhe diz que ali são mal-queridos e, portanto, é preciso fazer o trabalho bem feito. Incentivado, Cabeleira sai ferindo a torto e a direito.
Os soldados da infantaria chegam e o povo preso na ponte, não tendo para onde fugir, lança-se às águas e logo os malfeitores,