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Ensaios FEEy Porto Alegre,
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O Brasil e o Mundo: a política externa e suas fases
Paulo G. Fagundes Vizentini*
A
formação social e nacional brasileira teve sua origem na expansão euro péia dos séculos XV e XVI, através da "descoberta" e da colonização portuguesas. Durante quase quatro séculos, a inserção internacional da região processou-se por intermédio das potências européias, inicialmente por meio do mercantilismo português e, posteriormente, via liberalismo inglês. Na passagem do século XIX para o XX, contudo, o eixo da diplomacia política e econômica do Brasil voltou-se para os Estados Unidos, limitando-se, predominantemente, ao âmbito do hemisfério. Desde o início dos anos 60, na esteira do desenvolvimento industrial, a política exterior brasileira voltou-se para a busca de novos espaços, através da mundialização e da multilateralização. Sob os efeitos da "globalização", no final do século XX o País passou a valorizar o espaço regional latino-americano, através do Mercosul, ainda que sem renunciar completamente à cooperação com alguns dos espaços planetários anteriormente atingidos. Esta poderá afirmar-se, nos próximos anos, como uma nova fase das relações do Brasil com o Mundo.
A política exterior envolve aspectos mais determinados dentro do conjunto das relações internacionais. Ela enfoca a orientação governamental de determinado Estado a propósito de determinados governos e/ou estados ou,
[ ainda, regiões, situações e estruturas, em conjunturas específicas. A interação, conflitiva ou cooperativa, das políticas externas deve ser considerada como parte de um sistema mundial, constituindo, então, em seu conjunto, a política internacional. Na análise da política externa, emergem duas questões de fundamental importância: em primeiro lugar, quem a formula e, em segundo, de que forma que ela se articula à política interna. Quanto ao primeiro aspecto, qualquer estudo empírico mais aprofundado demonstra