O Brincar e a transferência Infantil
Aluna: Juliana Queiroz Ferreira
Professora: Daniela Lobo D’Ávila
2014
Para o olhar psicanalítico ao observar crianças com relação ao seu desenvolvimento, faz-se necessária a abordagem teórica de Melanie Klein e Donald Winnicott quando nos referimos ao Brincar da criança, seja com objetos concretos, seja com objetos imaginários.
Klein aborda o brincar na infância como expressão do próprio mundo interno, ou seja, onde suas fantasias eram expostas ou expressadas:
“A interpretação da brincadeira correspondia nada menos do que à interpretação dos conteúdos das fantasias inconscientes que a brincadeira tornava possível apreender a partir de seu simbolismo” (Hinshelwood, 1992, p. 27).
Winnicott chama a atenção para a análise da ação do brincar e não apenas com relação ao conteúdo das brincadeiras realizadas pelas crianças. Coloca que o brincar é um aspecto da natureza humana (Winnicott, 1968i, p. 63). Coloca ainda que o brincar é psicoterápico (1968i, p. 74) e que pode ser no momento de brincar que a liberdade de criação do indivíduo seja mais facilmente abordada (1971r, p. 79).
Tendo em vista que o conceito de criança é recente na história da humanidade, ou seja, data do século XVII, poderíamos ainda inferir aqui conceitos e estudos de outros teóricos que abordam a infância. No entanto, foram eleitos apenas Klein e Winnicott por estarem mais focados em objetivos relacionados ao brincar da criança, principalmente no que diz respeito ao olhar psicanalítico nesse ato que a priori parece muito ingênuo, mas que traz um universo de significados expostos pela criança.
Com isso, faz-se necessária a observação criteriosa enquanto a criança brinca, como Winnicott mesmo comenta citando Klein:
“Em seus escritos, porém, Klein, na medida em que estudava a brincadeira, matinha seu interesse centrado quase que inteiramente no uso desta. O terapeuta busca a comunicação da criança e sabe que