O brasil e a questão racial
Em um país como Brasil, de fronteiras continentais, e que na condição de colônia portuguesa formou sua população com povos nativos, negros e brancos europeus – principalmente portugueses, e que mais tarde já independente, abriu suas portas para a imigração de diferentes povos oriundos do Oriente Médio, Japão e principalmente do Continente Europeu, teve na questão racial, um dos principais senão o principal objeto de estudos dos pensadores brasileiros na área da sociologia, a qual estabeleceu-se definitivamente como ciência e firmou-se como disciplina acadêmico-científica somente na primeira metade do século passado, pois até então essa ciência existia somente nas grades curriculares dos cursos de direito e filosofia, tendo como marco consolidatório a criação da Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo no ano de 1933. (1) Desde então, a sociologia vem evoluindo através de modernos estudos de metodologia e pesquisa, de uma visão objetivada no bem estar da sociedade, com literaturas diversificadas e descentralizadas das idéias predominantemente preconceituosas e raciais dos pensadores brancos europeus anteriores ao século XX, e que veio a partir dessa escola firmar-se como disciplina acadêmico-científica e hoje é denominada Ciências Sociais. A questão racial pós independência, é vista no Brasil sob considerável influência dos filósofos sociais europeus pelos pensadores sociais e homens de ação (da política) no período chamado por alguns de pré-científico, conforme nos apresenta o Prof. Enno D. Liedke Filho: (2)
(...) sob a influência de idéias filosófico-sociais européias ou norte-americanas como, por exemplo, o iluminismo francês, o ecletismo de Cousin, o positivismo de Comte, o evolucionismo de Spencer e Haeckel, o social-darwinismo americano de Sumner e Ward e o determinismo biológico de Lombroso. Sob as influências desses autores buscava-se equacionar duas problemáticas centrais – a formação do Estado