O brasil e a crise do petróleo
A curto prazo os governos desses países se defrontaram na sua maioria com o problema de financiar os inesperados e vultosos déficits que acometeram então suas Balanças de Transações Correntes, e com a necessidade de diluir os custos da crise por todos os setores da sociedade, evitando assim que o peso do seu impacto fosse concentrado nos grupos diretamente ligados ao petróleo. Os problemas de médio prazo consistiam, como ainda em grande parte consistem, em escolher o “mix“ de políticas fiscais e monetárias que promovessem um processo adequado de transição da economia para o novo equilíbrio de longo prazo, que é dominado pela necessidade de ajustar a economia a três conseqüências fundamentais de elevação do preço do petróleo. A primeira e mais contundente se refere à queda da trajetória de crescimento da Renda desses países e conseqüentemente das suas trajetórias de consumo. A segunda se refere à queda da produtividade marginal dos capitais investidos internamente com relação à taxa de juros internacional. Finalmente, a terceira diz respeito ao aumento do custo relativo de produção dos bens e serviços que utilizam petróleo intensamente.
A adaptação da economia às duas últimas conseqüências acima mencionadas constitui basicamente um problema de eficiência econômica. Mas a adaptação à queda da trajetória de Renda, conforme discutiremos mais detalhadamente no futuro, depende dos objetivos de crescimento dos países prejudicados, em particular dos prazos estabelecidos para o cumprimento de certas metas, e não pode ser resolvido apenas com base em considerações econômicas. Mas supondo-se por um instante que o equilíbrio de longo prazo possa ser razoavelmente bem especificado, o desafio fundamental de médio prazo consistia então em