O brasil no padrão ouro
Oliveira, M. Tereza Ribeiro e Maria Luza Falcão Silva. 2001. “O Brasil no padrão-ouro: a caixa de Conversão de 1906-1914”. História Econômica & História das Empresas IV.1. São Paulo. Editora Hucitec Ltda. P. 83-112 .
Políticas econômicas com o objetivo de conferir estabilidade às taxas de câmbio são amplamente aplicadas pelos Estados, visto que fazem parte de uma estratégia de manutenção da estabilidade monetária, de extermínio do processo inflacionário crônico e de estabilização dos preços internos. O Brasil executa essa política desde que começou a emitir papel moeda no principio do século XIX.
A maior parte dos setores produtivos brasileiros possuía uma relação estreita com a área das exportações, o que expandia os efeitos das flutuações do câmbio para toda a economia. O alto número de importações levava tais efeitos para a população rapidamente; e as finanças públicas se desequilibravam, pois dependiam fundamentalmente das taxas cobradas sobre as importações.
A primeira tentativa de estabelecer estabilidade cambial se deu com a criação da Caixa de Conversão Era consenso entre a população, que a estabilidade do câmbio se fazia necessária, entretanto, havia discordâncias com respeito ao valor que deveria ser fixado e à política adotada. Na época associou-se o equilíbrio do câmbio com a adoção de algumas regras do padrão-ouro.
As principais regras do padrão-ouro incluíam a fixação do preço da moeda nacional em ouro; a conversibilidade da moeda em ouro e vice versa, que seria assegurada pelas autoridades monetárias; a manutenção de reservas ajustada de acordo com a participação econômica do país no comércio internacional; e finalmente, o livre trânsito de importações e exportações do metal.
Aderindo-se às regras do padrão-ouro, os meios de pagamentos seriam compatíveis com as reservas de ouro e com o saldo do balanço de pagamentos, pois superávit significa