O brasil da urgencias
Adilson Luiz Gonçalves
Em termos de gestão, há um jargão que afirma: “Quando tudo é urgente, nada é urgente!” Mas o que é uma situação de urgência? Geralmente é aquilo que não foi priorizado no tempo devido, por falta de planejamento ou desconhecimento técnico, aí incluídos: assessoramento inadequado ou decisões “políticas”, tomadas por critérios nem sempre racionais. Também pode ser simples decorrência da falta de dinheiro. O caso do Brasil é um pouco de tudo isso.
Mas, o que normalmente fazemos quando falta dinheiro? Teoricamente, elegemos prioridades em áreas que, uma vez solucionadas, favorecerão a solução de outras, não menos importantes, mas não tão dramáticas.
A Coréia do Sul, nos anos de 1970, partindo dessa lógica, adotou medidas econômicas e na área de educação que a transformaram num “tigre asiático”.Sabem em quem eles se basearam para adotar tais procedimentos? No Brasil de então!
E nós, os “pais da matéria”? Bem, não dá para comparar a Coreia do Sul com o Brasil, nem territorial, nem politicamente. Nossas dificuldades são significativamente maiores e até a falta de tensões externas, indutoras de competitividade, favoreciam certa lentidão na tomada de iniciativas e inércia perante os fatos.
Foi assim que perdemos duas décadas com planos econômicos tão emergenciais quanto inconsequentes; reservas de mercado que levaram à obsolescência e perda de competitividade da indústria nacional e a ampliação de problemas sociais. Isso até que Collor resolveu liberar as importações e o Plano Real injetou adrenalina, aplicou desfibrilador e ressuscitou a economia brasileira.
Mas, o que dizer dos apagões energéticos? Da deterioração e deficiências dos meios de transporte? Do caos nos aeroportos e nos acessos aos portos? Da falta de profissionais especializados, em qualidade e quantidade, em várias áreas vitais para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional?
O Brasil passou bem – e com méritos – pela recente crise econômica