O boto cor de rosa
O boto
Quem viaja pelo interior de qualquer estado da Amazônia já ouviu falar da lenda de um belo rapaz desconhecido, de roupas brancas, sapatos brancos o característico chapéu branco que busca encobrir parte do rosto e o buraco que traz no alto da cabeça: é o boto cor de rosa!
Nas festas ou à beira de trapiches, sempre haverá, segundo a crendice popular, um boto a espreitar alguma moça ingênua e, de preferência, virgem ou menstruada. Alguns descrevem até o andar da visagem: dizem que é meio desajeitado e que muitas vezes locomove-se com certa dificuldade pelo pouco hábito em terra firme. Outros já o descrevem como alguém muito alinhado, porém calado demais para os costumes da região. Por isso, logo se desconfia de que é algo sinistro.
No entanto, para as moças novas que porventura estejam a olhar alguma festa de interior, nada de estranho o boto lhe parece. Muito pelo contrário! A paixão é à primeira vista! Quando se dão conta já foram conquistadas.
Contam os caboclos que depois que o Boto consegue o que quer, ou seja, conquistar a moça escolhida sai na carreira e se joga no primeiro braço de rio ou igarapé. Nessa hora é que todos se dão conta de que não era um rapaz qualquer, mas o boto!
O boto cor de rosa
O boto cor de rosa (nome científico: Inia geoffrensis), também conhecido por boto vermelho, boto rosa, boto malhado, boto-branco, boto, costa quadrada, cabeça de balde ou uiara, é uma espécie de golfinho fluvial da família Iniidae. Está distribuída nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Tradicionalmente, a espécie é politípica com três subespécies reconhecidas, entretanto, a população da bacia do alto rio Madeira é reconhecida por muitos autores como uma espécie distinta, e outros pesquisadores consideram as duas subespécies restantes indiferenciadas, fazendo com que a espécie seja monotípica.
Contexto histórico
Quando cai á noite na Amazônia, o boto cor-de-rosa deixa os rios e transforma-se em um lindo e sedutor