O Banquete, Platão, Resumo e Discussões
O Banquete, texto de Platão discutido em aula, constitui-se da descrição de um ‘evento’, por assim dizer, onde ocorre uma série de diálogos sobre amizade, natureza e sobre as qualidades do amor. Esses diálogos aparecem em forma de discursos, semelhantes aos presentes em roteiros de peças de teatro, nos quais os participantes pretendem demonstrar, da forma mais persuasiva possível, suas opiniões e valores acerca dos assuntos em questão.
Trata-se de um jantar na casa de Ágaton, poeta ateniense, onde se encontram Sócrates, Aristodemo, Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes e Alcibíades. (Nota: a palavra Ágaton, em grego, não por acaso, significa Belo.) Esses sete oradores se reúnem num contexto de indolência em relação aos excessos de festas, comida, bebida e mulheres, e por esse motivo optam por um encontro filosófico sobre o elogio a Eros, deus do amor, sugerido por Erixímaco.
O primeiro a discursar é Fedro, o retórico, que defende que Eros é o deus mais antigo e, por esse motivo, o amor é e sempre fora a causa dos maiores bens e da felicidade entre os homens. Em seu ponto de vista, a cidade e a política só são possíveis por conta do amor, que por sua vez é sempre belo e carregado de glória. O amor de um amante seria tudo o que um homem precisa para fazer nascer a beleza e dar continuidade à propagação do bem, durante e após a vida.
Pausânias, amante de Ágaton, é o segundo a discursar. Defende em sua fala que há duplicidade no amor e, dessa forma, se contrapõe ao discurso de Fedro, no sentido de que Eros nem sempre seria belo ou bom. Há, explica, Eros Celeste e Eros Vulgar, que representam duas formas de amor: da valorização do espírito e da valorização do corpo respectivamente. Para Pausânias, não existe nada que seja, em si, por si, nem belo e nem feio. O amor é belo quando é bom e feito de forma justa, e é feio quando é mau e feito de forma má. Ele define que um indivíduo é mau quando ama ao corpo mais do que à alma, e