O AUTODESENVOLVIMENTO E A PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL
Os anos 1960 foram a era do treinamento sistemático, marcada pela escassez de pessoas capacitadas em uma economia que trabalhava quase a pleno emprego, quando, então, encorajou-se o treinamento industrial. Era um tipo de treinamento dirigido externamente ao indivíduo, pois suas necessidades de treinamento originavam-se de metas organizacionais. O treinamento sistemático fazia-se efetivo para o treinamento de habilidades manuais, mas, quando esta abordagem foi utilizada para o desenvolvimento gerencial, emergiu um problema crítico conhecido como “transferência de treinamento”, ou seja, os programas eram considerados excelentes, aprendia-se muito de acordo com as avaliações após a conclusão do curso, porém as ações e o comportamento dos indivíduos no trabalho não mudavam, não havia transferência do que era aprendido nos cursos para o ambiente de trabalho. Este problema forçou um reposicionamento do foco para a aprendizagem. Nos anos 1970 e posteriores, inicia-se a ampla utilização do ciclo de aprendizagem de Kolb e passa-se a perseguir a arte de “aprender com o aprender”. O desenvolvimento de pessoas, como ideia, abarca tanto a realidade do ambiente externo e os objetivos organizacionais quanto à realidade interna da pessoa. Cada indivíduo é um ser sem igual no processo de formação – como Rogers e Maslow propõem -, mas só pode fazer progressos interagindo com outras pessoas e exercitando suas habilidades de fazer escolhas pessoais tão construtivamente quanto possível. O autodesenvolvimento enquanto conceito é, então, uma síntese dessas ideias, em que o desenvolvimento envolve uma contínua passagem de ações externas (experiencial) para processos internos (reflexão), de volta para a ação e assim por diante. Para Eric From (1979), o aprendizado do homem, seja ele um estudante de escola formal ou um profissional consciente, é um processo ativo, no sentido de receber e reagir de modo