O auto da barca do inferno
ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
CURSO DE LICENCIATURA: LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL/INGLÊS
PATRICIA GALLI ELIZANDRA LEMES
ANÁLISE DA OBRA “O AUTO DA BARCA DO INFERNO”
CURITIBA 2012
O auto da barca do inferno.
Gil Vicente, considerado pai do teatro português e o maior representante do humanismo em Portugal, retrata e critica em sua obra O auto da barca do inferno, a sociedade portuguesa do século XVI, apresentando indivíduos de variados segmentos sociais. Sua obra foi escrita em uma época que corresponde à transição da Idade média para a Idade Moderna e o fato de Gil Vicente se enquadrar nesse momento de transição, o liga tanto ao medievalismo quanto ao humanismo, fazendo com que o autor pense tanto em Deus quanto no homem livre.
O auto da barca do inferno nos mostra o reflexo desse conflito interior visto que ao mesmo tempo em que o autor critica a sociedade de sua época, adotando assim uma postura moderna, ainda tem o pensamento voltado para Deus, típica característica do mundo medieval.
Ele não faz distinção entre as classes sociais, aponta os erros e vaidades tanto de ricos como pobres, de nobres como plebeus. Em sua obra uma das almas a ser julgadas é o fidalgo, vestido requintadamente e acompanhado por um pajem, que carrega uma cadeira, simbolizando o seu status social. Esse, apesar de ser representante da nobreza, é condenado à barca do inferno justamente por ter levado uma vida tirana, cheia de luxúria e pecados. No entanto a arrogância e o orgulho do fidalgo são tão grandes que ele acaba zombando do diabo quando descobre qual seria o destino da barca, pois alega ter deixado "na outra vida" quem reze por ele. O fidalgo então, dirigi-se a barca da glória e só quando é rejeitado pelo anjo percebe que de nada valem as orações encomendadas. Apesar de mostrar-se arrependido, já de