O auto da alma
Vicente, Gil. O Auto da Alma. São Paulo: Ed. Martin Claret.
REFERÊNCIA BIOGRÁFICA
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente. Pensa-se que terá nascido por volta de 1465, em Guimarães ou algures na Beira. Duas vezes casado, teve cinco filhos, dos quais os mais conhecidos são Paula Vicente, que deixou fama de uma mulher invulgarmente culta, e Luís Vicente, que organizou a primeira Compilação das obras de seu pai.
No início do século XVI encontramo-lo na corte, participando nos torneios poéticos que Garcia de Resende documentou no seu Cancioneiro Geral.
Em documentos da época há referência a um Gil Vicente, ourives, a quem é atribuída a famosa Custódia de Belém (1506), obra-prima da ourivesaria portuguesa do século XVI, e a um Gil Vicente que foi "mestre da balança" da Casa da Moeda. Alguns autores defendem que o dramaturgo, o ourives e o mestre de balança seriam a mesma pessoa, mas até hoje não foi possível provar isso de forma incontestável, embora a identificação do dramaturgo com o ourives seja mais credível, dada a abundância de termos técnicos de ourivesaria nos seus autos.
RESUMO
Após a morte, a alma pesada por seus trajes e artefatos, é aconselhada a livrar-se do peso para fazer sua migração eficaz. De outro lado o Demônio insiste no momento, momento este para aproveitar e gozar de uma vida sem corpo, porem, com os prazeres da vida, incluindo seus vestidos, brincos e demais artifícios.
No momento a Alma se entrega ao Demônio, até que o Anjo desperta-lhe um pensamento mais lógico, do qual, para sua passagem ela não precisa dos trajes e acessórios, e sim de uma alma rica. Ela pedia que o anjo ficasse com ela para lhe ajudar a resistir às coisas mudanças e o anjo afirmava que estaria sempre por perto, mas era necessário que a alma vencesse as tentações.
Em outro aspecto o Demônio ressalta que sua vida não acabará e poderia ficar por aqui e gozar de todos os privilégios de uma alma sem corpo. Falava que era muito