O “aprender a empreender” como pedagogia do trabalho abstrato na sociedade alienada
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O “APRENDER A EMPREENDER” COMO PEDAGOGIA DO TRABALHO ABSTRATO NA SOCIEDADE ALIENADA Lucas Batista de Souza1 1 - Introdução Esta pesquisa iniciou-se em março de 2007 a partir do ingresso no Mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da UNESPFCL/Araraquara - SP, na linha de pesquisa Teorias pedagógicas, trabalho educativo e sociedade. Estuda a temática trabalho e educação que envolve o ensino básico oficial, utilizando a legislação da união, documentos de referência internacional, teorias e práticas pedagógicas e seus respectivos teóricos e componentes curriculares. Investigando a gênese do tema “trabalho e educação” por meio da utilização da ciência da história, encontram-se construções teóricas que contribuem com o objeto em questão a partir de 1963 e na implantação da pedagogia tecnicista da década de 1970. Se prosseguir no estudo do passado, a temática exposta existe a partir da divisão social do trabalho na era moderna, entre os séculos XV e XVII, no período da “assim chamada acumulação primitiva” (MARX, 1975). No início, a preocupação foi expropriar o conhecimento dos artesãos ingleses e do mesmo modo controlar o ensino das técnicas artesanais de produção de manufaturas. Após 1760-70, com a implantação do modo de produção industrial, a educação politécnica a partir do trabalho foi inicialmente teorizada por Adam Smith (1723-1790) e, em fins do século XIX, início do XX, assumida como parte das concepções da escola nova que deveria superar a tradicional. Esse texto não se estenderá mais nesse período, que é utilizado aqui para ilustrar que essa relação entre educação e trabalho possui uma complexa e particular articulação a partir da segunda metade do século XVIII e se intensifica no XIX e XX, ao passo da subordinação/subsunção do trabalho ao capital. Nessa investigação foi localizado a ocorrência de um ideário educacional produzido e disseminado por órgãos internacionais e governamentais e, mais recentemente, pelas parcerias