O Apogeu no Tráfico de Escravo no Século XVIII
A competição mais feroz pelo controle das rotas negreiras restringiu-se aportugueses, ingleses, franceses e holandeses. Muitas vezes, todos actuavam na mesma área, o que não os impediu de estabelecerem zonas preferenciais na costa africana.
Por volta de 1760, seis regiões podiam ser identificadas na África Ocidental, de acordo com o comprador europeu predominante. A primeira se estendia do cabo Branco, na actual fronteira entre o Marrocos e a Mauritânia, até Serra Leoa, e era dominada pela França. Os ingleses também actuavam ali e monopolizavam o tráfico entre o rio Casamansa, (actual Senegal), e Serra Leoa.
A segunda se estendia de Serra Leoa até o cabo Palmas, na actual fronteira entre a Libéria e a Costa do Marfim. Logo vinha a região entre os cabos Palma e Três Pontas (actual Gana), onde o comércio era privilégio dos holandeses.
A leste estava a região que se estendia do cabo Três Pontas ao rio Volta, o mais disputado ponto costeiro de tráfico. Ali, a hegemonia inglesa era indiscutível, mas sempre houve espaço para outras nações.
Mais ao leste se localizavam as duas últimas áreas. A primeira era a faixa litorânea que se estendia do rio Volta até Badagri, (actual Nigéria), e daí até o cabo de Formosa, zona de grande presença portuguesa.
No conjunto, a África Ocidental voltou a superar a região congo-angolana em número de escravos exportados para as Américas, com participação residual dos africanos provenientes de portos do Índico. A mortalidade média caíra ainda mais em relação ao século anterior, situando-se em torno de 14% por viagem.
O século de apogeu do tráfico transatlântico, no entanto, seria também o do início do seu fim. As últimas décadas foram marcadas por turbulências que culminaram na eclosão da Revolução Francesa, em 1789, e da Revolução Haitiana de 1791. Os ideais igualitários disseminados a partir da França passavam a questionar a escravidão e encontravam eco na incómoda pregação dos