O apocalipse de joão
Andréa Ignácio Salgueirinho[1]
Introdução Quando falamos em apocalíptica, podemos nos referir a diferentes aspectos de fenômenos no judaísmo primitivo, como por exemplo, gênero literário (apocalipse), visão de mundo (escatologia apocalíptica) ou um movimento social religioso (apocalipsismo). A abordagem da origem apocalíptica, suas características e o contexto das comunidades em torno das quais o livro do Apocalipse de João foi organizado é um assunto interessante e necessário para elucidar as questões desta temática.
A origem da apocalíptica e suas principais características Ao longo da história as diversas hipóteses desenvolvidas a respeito do surgimento da apocalíptica, levam-nos a estudar suas origens e características. Nas situações de crise, o apocalipsismo vem à tona, afinal, é necessário responder aos questionamentos da sociedade. Nossa melhor análise deve ser feita a partir dos textos apocalípticos do judaísmo, pois naquele contexto, podemos relacionar responsavelmente nossos fatos contemporâneos. Uma das características para se definir um apocalipse é avaliá-lo a partir do neotestamentário Apocalipse de João. De acordo com D.S.Russel, um apocalipse contém: transcendentalismo, mitologia; visões cosmológicas; visão pessimista da história; dualismo; divisão do tempo em períodos; ensino de duas eras; numerologia; pseudo-êxtase; reivindicações artificiais de inspiração; pseudonímia; esoterismo; unidade da história; concepção da história cósmica que trata de terra e céu; a noção de primordialidade destas revelações concernentes à criação e queda dos homens e dos anjos; a fonte do mal no universo; conflito entre luz e trevas; bem e mal; Deus e Satã; a vinda de uma figura transcendente chamada .o Filho do Homem.; o desenvolvimento de crença na vida depois da morte com seus vários compartimentos de Inferno, Geena, Paraíso e Céu e a crescente significância do indivíduo na ressurreição, julgamento e felicidade eterna.[2]