o amor é inviável
Vocês se olham, gostam do que vêem um no outro. Depois de algum tempo de conversa, percebem que têm tudo a ver: livros que leram, os filmes que mais curtiram. Em pouco tempo, formarão um casal cheio de planos. Logo trocarão alianças e farão grandes planos. Se fossem mais espertos, no entanto, voltariam às aulas de matemática e de física e nem perderiam mais tempo um com o outro: simplesmente porque esse amor não vai durar muito. Os cálculos, estatísticas e leis da física, tudo está contra vocês. Essa é a idéia do professor José-Manuel Rey, matemático do departamento de Análise Econômica da Universidade Complutense, a mais importante de Madri, na Espanha. Rey reuniu uma série de integrais e equações, adicionou conceitos da física e concluiu que os relacionamentos amorosos têm tudo para fracassar.
Trocando em palavras, ele mostra que só amor não basta para sustentar uma união. O esforço exigido para manter o casamento ou o namoro funcionando será sempre maior do que se imagina e as pessoas têm uma tendência natural à inércia. Quanto mais você achar que vai dar certo, mais irá planejar e investir, aumentando as chances de frustração quando a rotina chegar. Por trás de cada casal feliz existe um segredo. "Mas ele é a exceção dessa fórmula matemática", diz Rey, apoiado sobre as estatísticas. Nos Estados Unidos, a cada dois casamentos, um acaba em separação. Na Europa, é registrado um divórcio a cada 30 segundos. No Brasil, são mais de 150 mil casamentos que acabam anualmente, só para ficar nos números oficiais. Na entrevista a seguir, Rey explica essa conta. (A propósito, o professor tem 42 anos e é casado. Mas não comenta a vida pessoal. "Não tem nada a ver com minha teoria.").
Revista Galileu - Você disse que os relacionamentos são regidos pelo paradoxo do fracasso. O que é isso?
Rey - É o paradoxal fato de que casais comprometidos por livre e