O amor é exigente

O AMOR É EXIGENTE

Não dá para varrer para debaixo do tapete a realidade de que a relação familiar nos dias de hoje traz dois ingredientes preocupantes: fragilidade e superficialidade. Entretanto, quem se perdeu no labirinto da convivência não foi a criança ou o jovem, foi o adulto. Ao não conseguir ler a modernidade que tomou conta desse jovem, o adulto a confunde com frieza, distanciamento, solidão e perdas, tendo dificuldades para romper a barreira fictícia do relacionamento difícil. Muitas vezes a aparente rebeldia dos jovens é um pedido de socorro que ele não consegue pronunciar e que pais e professores não conseguem visualizar.
O psicopedagogo Issami Tiba fala da importância fundamental da família na inserção social do indivíduo. Para ele, filhos são como os navios, que estão mais seguros no porto, mas eles foram construídos para navegar através dos mares. Da mesma forma os pais entendem que os filhos terão maior segurança, sentimento de preservação e de manutenção junto a si. Mas na verdade os filhos nasceram para viver numa sociedade onde vão encontrar aventuras, riscos, culturas e pessoas diferentes. É nessa troca que a formação recebida no seio da família e da escola vai fazer a diferença, pois a convivência harmônica e o respeito pelos limites de cada serão responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso.
É preciso também levar em consideração que a escola tem um espaço de tempo limitado na vida do indivíduo, enquanto a família vai durar por toda a vida. Isso mostra que erram os pais que consideram obrigação exclusiva da escola proceder à educação completa dos filhos. Para a escola, os alunos são apenas transeuntes psicopedagógicos. As escolas mudam, mas os pais são eternos. É no ambiente familiar que o modo de ser do sujeito pode ser aprendido por meio de imitações, de significados atribuídos às determinadas situações que se dão na convivência. É na família, que a criança aprende a se relacionar com outro, que aprende mitos, crenças e valores que