O amor na perspectiva de Platão
O amor é descrevido na obra de Platão em “O banquete” como sendo o mito do nascimento de Eros, o deus grego do amor. Esta obra tem como forma o diálogo e assim nos permite acompanha-los através de conversações filosóficas a respeito do amor. Através de elementos mitológicos o amor foi explicado por meio da fala de Diotima que era uma sacerdotisa estrangeira. Assim ela descreve o nascimento do mito de Eros, Amor:
“Quando nasceu Afrodite, banqueteavam-se os deuses, e entre os demais se encontrava também o filho de Prudência, Recurso. Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza, e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado com o néctar – pois o vinho ainda não havia – penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando em sua falta de recurso engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o Amor. Eis por que ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque Afrodite também é bela. E por ser filho o Amor de Recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou.” (Platão) Os mitos podem ajudar de certa forma na compreensão de relações humanas. A explicação do nascimento do amor dada por Diotima nos faz pensar o que o amor faz com os homens, a partir das características de seus pais podemos assim também o compreender. O amor possui, assim como tudo na vida, um lado bom e lado ruim, por ser filho da Pobreza ele herda da mãe características de carência, de necessidade de algo ou alguém, como se fosse um órfão, desamparado, fazendo com que, por vezes, o homem precise da presença da pessoa que se ama, assim como os afetos dados por ela, sem os quais ele não pode ser feliz. Contudo, o amor não se restringe somente a alguém, mas também a outras coisas como o amor ao que se faz, como uma profissão, por exemplo. Por outro lado, das características herdadas do pai, Recurso, que é a