o amor de uma vida
Historicamente, a ideia de vingança se relaciona à de justiça, seja por compatibilidade ou por oposição. A atual Constituição Brasileira, assim como outros documentos que têm função de pautar ações governamentais, fundamenta-se, sobretudo, em princípios éticos de justiça social, evitando a prática de vingança por meios não-legais e substituindo-a pela aplicação da lei instituída por meios democráticos. No entanto, o recente assassinato do terrorista muçulmano Osama bin Laden por militares norte-americanos, sob ordens do governo, levantou polêmicas com relação à legitimidade de aplicação do ato vingativo.
A operação militar que resultou na morte de um dos terroristas mais procurados do mundo foi resultado de um amplo estudo. Sua execução foi assistida [vista] em tempo real pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seus assessores. Imediatamente após o anúncio oficial sobre o assassinato, houve uma grande e eufórica celebração popular no país. Essa ação exagerada pode ter repercussões negativas no que diz respeito às prováveis represálias de grupos terroristas pela morte de um ícone islâmico. A conjunção de incertezas provocada evidencia a principal implicação originada pela vingança, uma nova e subsequente retaliação.Na vida real, ao contrário da idealização cinematográfica que retrata ações reparativas como autênticas e definitivas, a tentativa de aplicação individual da justiça tem, quase sempre, consequências indesejadas e ruinosas.
A aspiração à vingança e o festejo pela consumação do ato vingativo são aspectos cruciais para a classificação da gravidade de um delito na visão de uma sociedade. Porém, o extravasamento existencial deve respeitar normas éticas de conduta, consideradas diretrizes universais de comportamento. Assim, evita-se a perpetuação da violência em ações retaliativas que culminariam na autodestruição dos envolvidos no processo.
Banco de Redações
Tema de março de 2014
Tema: Justiça com as próprias