o ambito da ecologia humana
O ÂMBITO DA ECOLOGIA HUMANA1
THE SCOPE OF HUMAN ECOLOGY
RODERICK D. MCKENZIE
Na luta pela existência, a organização social dos grupos humanos se acomoda às relações espaciais de subsistência existentes entre os ocupantes da mesma área geográfica. Todos os aspectos mais fixos da habitação humana, isto é, os prédios, as estradas e os núcleos de população, tendem a se distribuir no espaço de conformidade com as forças que, na área, atuam no seu próprio nível de cultura. A estrutura física e as características culturais são partes de uma só configuração.
As relações espaciais e de subsistência em que as criaturas se acham inter-relacionadas, estão constantemente em processo de mudança, como resultado da atuação de um complexo de forças ambientais e culturais. A tarefa de ecólogo humano é a de estudar estes processos de mudança, a fim de descobrir os princípios de sua operação e a natureza das forças que os produzem. Talvez seja necessário indicar, antes de mais nada, a relação da Ecologia Humana com as ciências afins, a Geografia e a Economia.
2
Tem-se alegado ser a Geografia, “Ecologia Humana”. Existem sem dúvida muitos pontos em comum entre as duas disciplinas; entretanto, a Geografia trata de lugar; a Ecologia, de processo.
Localização, como conceito geográfico, significa a posição na superfície da terra; localização, como conceito ecológico, significa a posição num agrupamento espacial de seres humanos interatuantes ou de instituições humanas inter-relacionadas.
1
Original em inglês “The Scope of Human Ecology”, de Roderick D. McKenzie, The American
Journal of Sociology, v. XXXII, n. 1, Parte 2 (julho de 1926), p. 141-154. Reproduzido por
CIDADES a partir de: PIERSON, Donald (org.). Estudos de Ecologia Humana. São Paulo:
Livraria Martins Editora, 1948, p. 38-52.
2
H. H. Barrows, “Geography as Human Ecology”, Annals of the Association of American
Geographers, XIII (março de 1923), p. 1-14.
CIDADES. v. 2,