O AMADO
Bem sucedida, com uma situação financeira estável e reconhecida profissionalmente. Essa era Luiza, uma mulher que toda garota aspirante à advogada sonha em um dia ser. Iniciou seus estudos muito cedo, aos 17 anos e hoje, aos 35 começou a colher os frutos de tanta dedicação e trabalho. Casou-se muito cedo, aos 21 anos com seu colega de faculdade, Pablo.
Desde criança sonhava em ser mãe. Em suas brincadeiras sempre tinha vários filhos e de vez em quando até colocava bexigas por dentro da roupa para fingir que estava grávida. Com o passar do tempo, o sonho de ser mãe amadurecia ainda mais dentro de sua mente e, dava a sensação de que Luiza já havia nascido com aquele “relógio biológico” que tantas mulheres falam ter despertado. Porém desde adolescente sabia que tinha problemas em seu útero, o que poderia atrapalhar seu sonho de ser mãe.
Mesmo sabendo de suas dificuldades, não procurava pensar na possibilidade de não ter filhos. Aprimorava a ideia da adoção, mas o desejo de passar pela experiência de gestar uma criança e fazer dela uma pessoa de princípios e valores era infinitamente maior e Luiza sabia que era capaz de tudo para conseguir alcançar seu objetivo.
Quando conheceu Pablo, viu nele a chance de construir uma família, afinal, ele reunia todas as qualidades que ela procurava em um homem e requisitos que ela imaginava ser ideais para um bom pai. Pablo sempre a apoiou e juntos viviam esse sonho, que por diversas vezes parecia tão distante de se tornar real. Foram muitas tentativas, as mais diferentes técnicas e tudo aquilo que o dinheiro poderia pagar, mas nada fazia Luiza engravidar.
A jovem advogada se afogava nos processos que apareciam no escritório e fazia disso a válvula de escape que precisava para não pensar em seus problemas pessoais e na incapacidade que seu corpo apresentava para gerar um bebê.
Por conta de sua frustração, Luiza se estressava. As brigas com Pablo se tornaram cada vez mais frequentes, situação que era inimaginável já