O Alienista
O Alienista, primeira “novela” de Machado de Assis maduro. Eis um texto que está entre conto e novela, graças à sua extensão. Vale já pelo sabor de seu humor e ironia. Mas há que se ver na obra elementos típicos da produção realista de Machado de Assis, principalmente a análise psicológica e a crítica social.
Foi publicado entre outubro de 1881 e março de 1882, faz parte, desde 1882, do volume de Papéis Avulsos. É dos mais bem realizados dos seus contos pela justeza com que funde tema e linguagem, fazendo que esta retrate com clareza o mundo perturbado de Itaguaí. O problema da loucura é o centro temático do conto, e a preocupação constante do escritor. Basta lembrar de Quincas Borba (1891) e Memórias Póstumas de Brás Cuba (1881), cujas personagens se desviam de um padrão de conduta tido como índice de normalidade da criatura humana. Em O Alienista é exatamente a procura dessa norma que constitui o objetivo da personagem central, devorada pelas discutíveis verdades de sua ciência, palavra mágica que causa temor e admiração. Através de um processo que interferem ironia e sátira, Simão Bacamarte assume as funções que estão na idéia de Ciência, o que permite ao autor pôr a descoberto os dois lados do problema:
1) a visão do popular e seus preconceitos em face da Ciência, misto de respeito e medo do homem recolhido aos estudos e fechado a si;
2) a deformação desse homem que toma como verdade os pressupostos da Ciência e comete em seu nome equívocos sucessivos, sem dar pelo absurdo de suas pretensões.
2. BIOGRAFIA DE MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis, foi cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis. Aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da