O aleijado
A história é narrada em primeira pessoa por Fred, um adolescente de 16 anos, que, sem carteira de habilitação, pega a moto de um amigo emprestada e acaba sofrendo um acidente. A recuperação será difícil; Fred precisará de uma cadeira de rodas. Para piorar, o prédio onde mora não está adaptado para quem usa cadeira de rodas. Depois de uma tentativa de dar um passeio pela rua, ele resolve viver fechado em casa, o que o deprime mais. Aos poucos, Fred vai se isolando; sua namorada se afasta depois de várias discussões, os amigos também o visitam menos com o passar dos meses. O único que continua aparecendo é Tony, o amigo que lhe emprestou a moto. Cansado de não fazer nada para mudar sua vida, Fred busca o contato com outra moradora de seu prédio, também deficiente física; Rebeca. Ela é tradutora, tem cerca de 40 anos e está há dez na cadeira de rodas. Em Rebeca, Fred encontra a força que lhe falta. Juntos, travam uma batalha para conseguir a instalação de uma rampa de acesso ao prédio, que logo se transforma em uma campanha de Rebeca para síndica do condomínio. O gosto pela vida renasce, mas é abalado quando Fred descobre que Vica, sua ex-namorada, agora está com Tony, seu melhor amigo. Esse golpe é difícil de ser digerido, mas com o tempo Fred se recupera emocionalmente e fisicamente; logo ele consegue dar alguns passos em muletas, mas ainda precisará da cadeira de rodas por vários meses. Para ele, porém, a vida nunca mais será a mesma - Fred amadureceu, experimentou uma realidade antes ignorada e, agora, sabe o quanto é difícil ter necessidades diferentes da maioria e precisar brigar pelo direito que já é seu.