O AGENTE LARANJA
Trinta anos após a Guerra do Vietnã, uma conferência sobre o “agente laranja” expõe a lógica vigente no império americano.
As tropas norte-americanas retiraram-se do Vietnã em 1975. Saíram vencidas, mas promoveu nesse país a primeira guerra química de alta intensidade de que se tem notícia na história da humanidade.
Em termos de atrocidades, os resultados foram maiores do que o envenenamento de 5 mil curdos, promovido pelo ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, em 1988, na cidade de Halabja.
No Vietnã, foram 4 milhões de vítimas diretamente afetados pela “guerra química”. Na contagem, faltam as novas gerações e considerar os riscos de contaminações ainda presentes. A propósito, o efeito residual do produto usado como arma química no Vietnã só se extingue em 40 anos.
As referidas empresas receberam a incumbência de produzir um agente desfolhante. Em outras palavras, um herbicida capaz de acabar com as florestas, de modo a tornar visíveis os vietcongues. Produziu-se, então, a dioxin kills, ou melhor, o devastador agent Orange (agente laranja).·.
No período entre 1961 e 1971, foram derramados 80 milhões de litros de dioxin kills, como registrou Eva Mortello para a Narcomafie. A dioxina pura contaminou a água e o solo. Matou pessoas e comprometeu várias gerações de vietnamitas com câncer, crianças nascidas com síndrome de Down, malformação física, comprometimento do sistema imunológico, esclerose múltipla etc.
Moradores de mais de 20 mil aldeias suportaram os efeitos do agente laranja. Sobre eles recaía a suspeita de acolher e alimentar os vietcongues escondidos nas selvas. Suas plantações perderam-se e os povoados foram incendiados com napalm.
O agente químico desfolhante era desembarcado em Saigon. O produto chegava em barris negros, pintados com uma faixa laranja. Assim ficou conhecido pelo nome de agent orange.
Passados 30 anos do fim da guerra e da reunificação do Vietnã, a Europa acaba de promover, em Paris e na sede do Senado, a Primeira