A violência sexual tem ocupado espaço nos debates institucionais e acadêmicos, por se ter atualmente o entendimento que este não é um campo apenas da justiça ou da saúde pública, pois não se trata de uma violência unilateral e sim multifacetada. Por isso, exige a participação de diversos profissionais e segmentos, para o entendimento do fenômeno e atuação sobre suas conseqüências As vítimas de violência sexual freqüentemente encontram-se isoladas e invisibilizadas, distante de seus direitos constitucionais e de proteção à saúde e acesso a justiça. Resistem em revelar o ocorrido, pois temem a exposição de sua intimidade e possuem baixa expectativa com os resultados da Justiça. Reagem negativamente a condução do inquérito policial e do exame pericial sem contar o constrangimento em confrontar o agressor no tribunal e o risco de ter sua história desqualificada. A grande maioria das vítimas desiste de procurar a Justiça, mesmo sabendo que a denúncia é a única forma de conter a violência e desconhecem a gravidade dos riscos físicos e emocionais da violência sofrida. A violência sexual é um fenômeno universal que atinge indistintamente homens e mulheres, em qualquer etapa da vida, independente de religião e classe social. Se constitui uma das mais amargas expressões da violência de gênero e uma brutal violação dos direitos humanos, sexuais e reprodutivos. Soma-se ainda a isso a violência sexual incestuosa que atinge crianças e adolescentes, no espaço familiar que é caracterizada pela estimulação sexual intencional, por parte de algum dos membros do grupo familiar que possuí relação parental com a vítima. Geralmente a violência sexual incestuosa começa quando a criança tem em torno de cinco anos e até uma relação completa se consumar, ela é manipulada, acariciada e pode sofrer vários outros tipos de abuso, principalmente as ameaças constantes para que não seja revelado o que acontece e ao mesmo tempo a vítima pode obter privilégios