N O N O Cansa O
Português
Análise do poema
Não, não é cansaço de Álvaro de Campos
Não, não é cansaço de Álvaro de Campos
3.ª fase da sua poesia
Leitura do poema
Não, não é cansaço
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Com tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
(Ai, cegos que cantam na rua,
Não. Cansaço porquê?
Que formidável realejo
É uma sensação abstrata
Que é a guitarra de um, e a viola do outro,
Da vida concreta – e a voz dela!)
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Porque oiço, vejo.
Qualquer coisa como uma angústia
Confesso: é cansaço!...
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
1.ª
Estrofe
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Negação do sentimento de cansaço
Justifica-se com o sentimento de desilusão
2.ª
Estrofe
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Com tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Negação do sentimento de cansaço
Distanciamento entre o poeta e o mundo
Não. Cansaço porquê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta –
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
3.ª
Estrofe
Pergunta retórica
Comparações
Existência de reticências
Não sabe as respostas
4.ª
Estrofe
(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável